É tão esquisito, é como se eu já soubesse usar essa coisa. Uma pessoa caridosa dessa corporação me deu esse PDA e disse que era para eu contar sobre tudo que havia acontecido comigo nesses últimos tempos.
Disseram para mim que eu poderia escrever no meu PDA e me deram esse quarto para eu ficar por um tempinho. Me disseram que eu era uma peça valiosa para a corporação, eu não entendi nada. Seja lá o que for que quiserem de mim, espero que não me machuquem que nem aquelas pessoas fizeram.
Meu nome é Dori Podar, ou pelo menos me falaram que esse é meu nome, por um bom tempo só me chamaram de Belinha. Minha primeira lembrança começa comigo acordando em um lugar escuro, as luzes de segurança estavam ligadas. Eu estava sentindo muita falta de ar, havia sangue para todos os lados, o cheiro de miasma era mais forte do que o resto de oxigênio presente naquele lugar. Eu consegui andar por alguns minutos até um senhor me agarrar pelos braços… Ele… ele só disse com a voz mais assustadora que eu já houvi “essa aqui é minha!”.
Eu acho que preciso de um tempo.
Precisei tirar um tempo. As pessoas desse lugar são bastante gentis. Mas eles exigem que eu continue contando minha história por motivos de “segurança contra invasores externos” ou alguma porcaria do tipo. Então lá vai.
O senhor que havia me agarrado me levou para sua suíte pessoal, por alguns anos eles me trataram como um maldito PET. Me forneceram uma cama de gato, uma caixa de areia e uns brinquedos para eu roer. Toda hora que eu o desobedecia, eu levava um choque. Ele dizia que eu merecia tudo aquilo por conta de… eu… ter orelhinhas de gato e uma calda. Eu não sei o que eu fiz para nascer assim, eu só… odeio quem eu sou. Isso não é justo, isso… isso…
Eu precisava de mais um tempinho para me recuperar. As pessoas daqui estão me dando repouso e me tratando muito bem. Irei continuar a história agora.
Um dia algum desastre aconteceu na nossa nave, eu não entendi o que houve exatamente, eu só sei que usei a oportunidade imediatamente. Enquanto o senhor gritava com os outros tripulantes, eu saí pela região de manutenção da nave, encontrei uma cápsula de escape, sem pensar duas vezes eu me lancei contra o espaço. A nave onde antes estava explodiu um tempo depois de me ejetar para o espaço, eu consegui ver a explosão pela janelinha da minha cápsula. Foram 4 dias sem me alimentar direito, comendo apenas os restinhos da comida de emergência daquela cápsula. Foi então que uma nave de exploração me encontrou no meio do caminho e me trouxe até onde estou agora.
A NT me colocou numa estação para testar se conseguia me reintegrar com a população. Até então está tudo indo bem, estou com uma passageira chamada Emma. Conversamos um pouco sobre o meu passado e ela disse algo sobre eu possivelmente ser uma clone, já que haviam pessoas antes de mim com características similares as minhas. Diabos… me pergunto quantas versões minhas vieram antes. De qualquer forma, é tempo de viver uma vida nova! Espero que as coisas pela frente sejam melhores! ;)
Emma: A-aqui é a Emma Melo, falo diretamente de meu PDA. Seja lá que porra está acontecendo, mas estão clonando a mesma garota sem nenhuma jurisdição repetidas vezes. Já vi várias versões dela na Station fronteira e acredito que não seja tecnologia da NT. Tal tecnologia iria ser de bom uso para nós… Tosse Existe algo, não sei, mas fiquem ligados… Parece que alguns caras já sabem dessa tecnologia e já tentaram roubá-la.
